domingo, 21 de junho de 2009

VAMOS À LUTA!

Um governo democrático e popular precisa compreender que num momento de conjuntura econômica desfavorável, uma política de gestão de pessoas precisa ser implantada com o intuito de preservar a participação dos servidores públicos no processo de reconstrução do modelo pretendido. A valorização dos servidores não se resume apenas a reajustes salariais, mas a melhoria das condições no ambiente de trabalho e do relacionamento entre governo, sindicato e servidor.
Fiz esse preâmbulo com a intenção de falar brevemente sobre a relação entre o governo do Estado da Bahia e seus servidores. Este ano o governo estadual realizou a reposição salarial dos servidores de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 5,9%, com data base em janeiro. Em algumas empresas, como é o caso da Companhia de Engenharia Rural do Estado da Bahia (CERB), a data base é em maio e o Acordo Coletivo de Trabalho ainda está em negociação. Outras categorias, como a dos policiais civis e militares, possuem mesas de negociação próprias. Os policiais civis, por exemplo, conseguiram este ano um reajuste de 54%.
Pois bem, dadas as devidas especificidades, volto a ressaltar que a relação não pode ser apenas baseada no reajuste salarial, mas também em outras questões que envolvem a interlocução.
Já que falei sobre a CERB, por ora ela será o foco da discussão. A empresa está em greve há quase 20 dias porque o governo estadual descumpriu o acordo dos dissídios coletivos de 2001 e 2003 que foi negociado com o sindicato há aproximadamente sete meses. Num governo democrático e popular não é aceitável que esse tipo de situação aconteça porque relembra os tempos do carlismo, onde o que valia para os trabalhadores era o chicote e a mordaça. Temos que aprender com a história. Esta semana a diretoria da CERB (vale lembrar que o atual presidente da empresa ocupava cargo de chefia na Embasa na era carlista) enviou um documento à Secretaria de Administração do Estado, solicitando, entre outras coisas, o não pagamento dos dias em que os trabalhadores estão com as atividades paralisadas. Parece brincadeira, mas em pleno governo democrático e popular estas coisas ainda acontecem. Acredito que o grande desafio no momento é reconstruir a possibilidade de mudança que os trabalhadores elegeram para ocupar o poder. Vamos à luta!

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