terça-feira, 8 de dezembro de 2009

JUVENTUDE CUTISTA REALIZARÁ EVENTO NA REGIÃO DO SISAL

O I Seminário da Juventude Cutista do Sisal será realizado de 11 a 13 de dezembro, em Conceição do Coité. A expectativa é que cerca de 200 jovens sindicalistas da região sisaleira da Bahia participem do evento com o propósito de discutir questões relacionadas ao modo de produção e a atuação política. A Secretaria de Juventude da CUT Bahia e o coletivo estadual de juventude são os organizadores do Seminário. O evento também conta com o apoio da Secretaria Nacional de Juventude da CUT e do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado da Bahia (SINDAE).

sábado, 21 de novembro de 2009

EBAFOR discute política de formação na Bahia

O Encontro Baiano de Formação, realizado em Feira de Santana, nos dias 20 e 21/11, discutiu a questão da discriminação racial, o Estatuto da Igualdade Racial e a política de formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Também foi discutida a memória da formação sindical da Bahia. O Encontro faz parte de uma agenda política que tem o propósito de trabalhar a formação de maneira integrada entre os sindicatos e no sentido de dar continuidade ao projeto político cutista.

domingo, 8 de novembro de 2009

JUVENTUDE PROTAGONISTA

"O papel da juventude na atual conjuntura política, econômica e social", este foi o tema do 1º Encontro da Juventude Urbanitária, realizado pelo Sindicato dos Urbanitários de Alagoas, nos dias 6 e 7 de novembro, no município de Barra de São Miguel, em Alagoas. Foram debatidos o papel social do jovem trabalhador no mercado de trabalho e no fortalecimento do projeto da classe trabalhadora, além da igualdade de oportunidades na vida no trabalho e no movimento sindical. Também foram eleitos os membros da coordenação e do coletivo de juventude dos urbanitários de Alagoas. Representantes jovens do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado da Bahia (Sindae) estiveram presentes no evento e contribuíram para a construção do debate e fortalecimento da juventude trabalhadora.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

JUVENTUDE URBANITÁRIA DE ALAGOAS REALIZA ENCONTRO

O Sindicato dos Urbanitários de Alagoas realizará nos dias 6 e 7 de novembro o I Encontro da Juventude Urbanitária. Este é mais um projeto que visa a qualificação da juventude do ramo urbanitário do nordeste. A renovação deve ser um direcionamento estratégico adotado pelos sindicatos de todo Brasil. Afinal, é do futuro do movimento sindical que estamos falando. Este ano o SINDAE já realizou o I Encontro da Juventude do Saneamento da Bahia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

SINDAE PRESENTE NA SEXTA MARCHA DA CLASSE TRABALHADORA

O Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto do Estado da Bahia (SINDAE) estará presente na 6ª MARCHA DA CLASSE TRABALHADORA, convocada pelas centrais sindicais, próximo dia 11, em Brasília. As principais bandeiras de luta são: redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas sem redução de salários; aprovação da PEC que se refere à condenação do trabalho escravo; valorização do salário mínimo; ratificação da convenção 151 da OIT (que dá direito a negociação no serviço público); ratificação da convenção 158 da OIT (que impede a demissão imotivada) e a não precarização do trabalho. A delegação que irá para a minifestação reivindicatória será composta por trabalhadores e trabalhadoras da categoria e representantes sindicais.

domingo, 1 de novembro de 2009

CONCURSO PÚBLICO É VITÓRIA DOS TRABALHADORES

Após ação do SINDAE no Ministério Público, a Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A. (EMBASA) vai realizar o maior concurso público da sua história. São 2.270 vagas para os níveis médio, técnico e superior. A luta por concurso público é uma bandeira sindical de combate a terceirização e precarização do trabalho. O SINDAE se mantém firme nessa luta, aguardando agora pela abertura do primeiro concurso público na Empresa de Engenharia Rural da Bahia (CERB). Já houve ações que pressionaram a realização de outros dois concursos na Embasa e em diversos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAE's) da Bahia. O edital do concurso da Embasa está disponível no site da empresa: www.embasa.ba.gov.br.

domingo, 21 de junho de 2009

VAMOS À LUTA!

Um governo democrático e popular precisa compreender que num momento de conjuntura econômica desfavorável, uma política de gestão de pessoas precisa ser implantada com o intuito de preservar a participação dos servidores públicos no processo de reconstrução do modelo pretendido. A valorização dos servidores não se resume apenas a reajustes salariais, mas a melhoria das condições no ambiente de trabalho e do relacionamento entre governo, sindicato e servidor.
Fiz esse preâmbulo com a intenção de falar brevemente sobre a relação entre o governo do Estado da Bahia e seus servidores. Este ano o governo estadual realizou a reposição salarial dos servidores de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que ficou em 5,9%, com data base em janeiro. Em algumas empresas, como é o caso da Companhia de Engenharia Rural do Estado da Bahia (CERB), a data base é em maio e o Acordo Coletivo de Trabalho ainda está em negociação. Outras categorias, como a dos policiais civis e militares, possuem mesas de negociação próprias. Os policiais civis, por exemplo, conseguiram este ano um reajuste de 54%.
Pois bem, dadas as devidas especificidades, volto a ressaltar que a relação não pode ser apenas baseada no reajuste salarial, mas também em outras questões que envolvem a interlocução.
Já que falei sobre a CERB, por ora ela será o foco da discussão. A empresa está em greve há quase 20 dias porque o governo estadual descumpriu o acordo dos dissídios coletivos de 2001 e 2003 que foi negociado com o sindicato há aproximadamente sete meses. Num governo democrático e popular não é aceitável que esse tipo de situação aconteça porque relembra os tempos do carlismo, onde o que valia para os trabalhadores era o chicote e a mordaça. Temos que aprender com a história. Esta semana a diretoria da CERB (vale lembrar que o atual presidente da empresa ocupava cargo de chefia na Embasa na era carlista) enviou um documento à Secretaria de Administração do Estado, solicitando, entre outras coisas, o não pagamento dos dias em que os trabalhadores estão com as atividades paralisadas. Parece brincadeira, mas em pleno governo democrático e popular estas coisas ainda acontecem. Acredito que o grande desafio no momento é reconstruir a possibilidade de mudança que os trabalhadores elegeram para ocupar o poder. Vamos à luta!

sexta-feira, 5 de junho de 2009

FNU TEM NOVA DIREÇÃO

Os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto da Bahia (Sindae) no 18º Congresso Nacional dos Urbanitários, realizado dos dias 01 a 05 de junho, em Brasília, participaram da discussão sobre a atual conjuntura política nacional e internacional e as perspectivas e desafios postos para as eleições em 2010. Também houve a eleição da nova Diretoria da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU). O Sindae contribuiu com três quadros para a nova composição: Pedro Romildo ocupou a Secretaria de Meio Ambiente, Crispim Carvalho foi eleito para a Coordenação do Saneamento da Região Nordeste e Patrícia Lima ficou na Coordenação de Política de Raças. A eleição da companheira e dos companheiros do Sindae reitera a responsabilidade do sindicato com relação ao fortalecimento do ramo urbanitário.
O Congresso também teve o objetivo de criar a Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), formada pela Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), pela Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE), pela Federação Sul dos Urbanitários (FSU) e pela Federação dos Urbanitários de São Paulo. Portanto, as trabalhadoras(es) do ramo urbanitário estão de parabéns pela ampliação dos instrumentos de luta da classe trabalhadora e pela unidade construída no Congresso.

domingo, 31 de maio de 2009

Gestão participativa

Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, o presidente Lula retomou o patamar recorde de aprovação que conseguiu antes da crise. O governo é avaliado como ótimo ou bom por 69% dos brasileiros. Para 24% a gestão é regular e, para 6%, ruim ou péssima. O resultado da pesquisa mostra que os efeitos da crise financeira no Brasil não foram tão fortes como em alguns países do primeiro mundo. Mas o importante é perceber que esse processo foi uma prova de fogo para a economia brasileira. Muitos economistas renomados não acreditavam que o país pudesse enfrentar a crise da forma que fez, mantendo o índice de desemprego do país na faixa dos 8,7%, no primeiro quadrimestre, segundo dados do IBGE, ante 8,5% do mesmo período do ano passado. O desemprego se manteve estável, mesmo com a famosa crise.
O Governo Lula está mostrando que crise (de novo ela) se enfrenta com investimentos, principalmente na área social. Sendo assim, as empresas públicas precisam seguir a linha de atuação do Governo Federal e ampliar os investimentos nos seus funcionários, possibilitando a melhoria da qualidade de vida dos seus colaboradores. Não há como negar que alguns setores são mais afetados que outros, mas a verdade é que os gestores precisam reconhecer a necessidade de conquistar seu público interno com ações que fortaleçam o elo entre a organização e seus funcionários. Esse é um ponto fundamental num modelo de gestão participativa.

sábado, 16 de maio de 2009

Sentados à mesa

A experiência de mesa de negociação entre o sindicato e uma empresa é um momento que todo trabalhador deveria vivenciar pelo menos uma vez durante a vida. Muitos consideram a(o) sua(eu) gestora(or) a pessoa com as melhores intenções do mundo, mas é na mesa de negociação que a máscara cai e a verdadeira face vem à tona. Não se surpreendam quando ela(e) tomar uma atitude, durante o expediente, que vá de encontro as suas expectativas porque numa mesa de negociação as intenções são bem mais danosas ao trabalhador.
Às vezes dá vontade de levantar da mesa e deixar as(os) gestoras(es) das empresas falando suas sandices para as paredes. Mas esse teste de paciência faz parte do jogo e das relações de poder que sempre foram estabelecidas entre os patrões e o proletariado.
O interessante disso tudo é que a questão economicista não é o único foco das discussões que são estabelecidas na mesa. A saúde e segurança, as nuances discriminatórias e a vida social dos trabalhadores também são aspectos que fazem parte da pauta dos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT). No entanto, algumas questões sem impacto na folha salarial das empresas parecem que não tem tanta importância para os patrões. A ampliação da licença-maternidade para 180 dias é um exemplo disso. Algumas empresas ainda não incorporaram a importância dessa questão.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2007 foram internadas 180 mil crianças por causa da diarreia e outras 321 mil com pneumonia, casos que custaram R$ 250 milhões ao Sistema Único de Saúde. O leite materno é o alimento ideal e completo para os primeiros seis meses de vida. Além de substituir a água, oferece ingredientes de fácil digestão e anticorpos que combatem as infecções. Com isso há uma redução na mortalidade por diarreia e pneumonia. Diminuem também os casos de asma, renite, alergias alimentares e outras infecções. Ainda de acordo com o Ministério da Saúde, o risco dessas doenças é até seis vezes maior em bebês não amamentados. Outra questão que deve ser ressaltada é que a afetividade do contato entre mãe e filho favorece também a formação de uma personalidade menos agressiva e melhora o potencial cognitivo do recém-nascido.
Essas são questões que devem perpassar pela imaginação das(os) gestoras(es) quando estiverem negociando cláusulas tão complexas e que envolvem não só os interesses dos trabalhadores de uma categoria como também influenciam nos demais setores da sociedade.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Grito da Água é um momento histórico

Numa época em que as manifestações de rua estão cada vez mais esporádicas, o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto da Bahia (SINDAE) permanece sustentando suas posições em defesa do meio ambiente, com atuações que envolvem a participação popular. O IX Grito da Água é o acontecimento que coroa a luta em defesa da água, da preservação dos mananciais, da universalização do saneamento, contra a privatização das empresas e transposição do rio São Francisco e demais bandeiras em defesa do meio ambiente.
O evento acontece sempre na semana do dia mundial da água que é 22 de março. Este ano o evento será no dia 20, com a caminhada saindo do Campo Grande até a Praça Castro Alves, reunindo, aproximadamente, 5.000 participantes, entre eles, movimentos sociais que sempre apóiam o projeto, partidos políticos, a CUT, alunos de escolas, grupos de teatro, bandas de fanfarra e transeuntes. Um trio elétrico e carros de som se encarregam de aumentar o volume dos protestos.
O Grito foi um dos principais movimentos contra a privatização da Embasa, durante o período em que o carlismo estava no poder, na Bahia. Atualmente, o evento representa a consolidação das conquistas e um espaço de reivindicações, uma demonstração de que a sociedade está atenta aos processos de corrosão social. Em cidades como Vitória da Conquista, Juazeiro, Itanhém e Itaparica eventos com a mesma proposta do Grito também acontecem e contam com o apoio do SINDAE.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O “novo sindicalismo” e a nova imprensa sindical

Por Midian Bispo*
Com abertura política que pôs fim a quase duas décadas de ditadura militar, os sindicatos brasileiros começaram a se reorganizar de forma diferenciada do que acontecia no pré-64. O sindicalismo "pelego" ou inativo foi rapidamente destituído por suas lideranças ativas, independente de ser mais ou menos negociadoras ou confrontacionistas ( BOITO, JR.:1991)
Ao longo da década de 1980, concomitantemente ao recuo da vigilância governamental dentro dos sindicatos e ao surgimento do "novo sindicalismo"6, crescem as reivindicações com vistas à redemocratização no país e esses movimentos têm seu ponto alto a partir das greves dos metalúrgicos do ABC paulista. No final desta década, mais especificamente em 1987 e 1988, os sindicatos entram nas discussões sobre a democratização da comunicação no Brasil, através do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista que enfrenta o então governo Sarney e tenta furar o bloqueio das concessões de mídia eletrônica no país. Esse sindicato formaliza um pedido oficial de outorga de rádio com o propósito de produzir notícias sob a ótica e para os trabalhadores, em contraposição às matérias veiculadas nos principais telejornais brasileiros. "A proposta dos metalúrgicos evidenciava a percepção dos trabalhadores de que não era mais possível limitar a sua voz aos folhetos e megafones dos portões das fábricas".
É nessa fase em que se situa o período de contraposição da comunicação sindical, que procurava dar a versão dos trabalhadores no momento político em que as entidades sindicais não tinham vez nem voz na imprensa tradicional. A omissão dos veículos de comunicação de massa era respondida com a edição de materiais que resgatavam a visão dos trabalhadores.
Esta etapa da imprensa operária é caracterizada por Ferreira (FERREIRA: 1988) como uma imprensa sindical propriamente dita e diferencia-se das anteriores por dois aspectos que permanecem nos dias de hoje: em primeiro lugar no seu aspecto formal, não é mais feita por operários em uma tipografia ou gráficas cedidas por operários, muitas vezes clandestinamente.Os periódicos passam a ser produzidos em gráficas pertencentes aos próprios sindicatos ou em empresas especializadas. Algumas empresas são especializadas em imprensa sindical como é o caso da Oboré. Do ponto de vista da elaboração intelectual do jornal, já não é mais o operário quem faz a notícia e sim um jornalista, um trabalhador assalariado, o responsável pelo jornal sindical.Ou seja, a figura do jornalista da classe operária, saído da própria classe, sai de cena na nova imprensa sindical.
Outro aspecto muito importante ressaltado por Ferreira ( FERREIRA: 1988: Pág 55) é a mudança no conteúdo do jornal operário:"Se, por um lado, continua a divulgar os problemas atinentes ao operariado, por outro tende a apresentar as proposições das diretorias ou seja, do ponto de vista de uma linha opinativa, estaria mais predisposta a seguir a linha da diretoria de turno e não da categoria que o sindicato representa".
Do ponto de vista do conteúdo deve-se assinalar a prevalência do fator econômico sobre o político.O forte dos jornais sindicais, sobretudo os cutistas, que passaram a ser elaborados ao longo da década de 1980 são as reivindicações econômicas as campanhas salariais e o fortalecimento da CUT, maior detentora de sindicatos afiliados. Assim colocam-se também as denúncias contra o governo e os patrões.
Também, a partir desse período, a comunicação sindical extrapola os materiais impressos. No começo da década de 80, aparecem os primeiros vídeos e, no começo dos anos 90, a exemplo do que já acontecia no sindicalismo rural, os sindicatos urbanos passam a utilizar outros veículos, comprando espaço em rádios comerciais para colocar no ar seus programas como os metalúrgicos e os bancários7 Diferentemente do que aconteceu em países como Chile e Argentina, somente em 1995 o movimento sindical e popular passou a dar atenção a outras possibilidades, como a utilização de rádios livres para divulgação dos seus programas.
No final da década de 90, a comunicação sindical no Brasil atingiu o estágio da profissionalização com redações informatizadas nos jornais das principais categorias do país, o que faziam com que estas se distanciassem, e muito, das antigas redações sindicais, onde apenas um ou uns poucos diretores se encarregavam de todos os textos.
Hoje, a imprensa sindical procura chegar à totalidade dos trabalhadores e por ela ser entendida. Continua sendo o elo entre a categoria e a direção do sindicato e reflete o grau de luta e trabalho da categoria. Compõe-se para isso, de vários instrumentos de comunicação: jornais regulares, boletins mensais, quinzenais, semanais e diários, rádios, carros de som, sites na internet, volantes, folders e folhetos, que são distribuídos e usados em greves, manifestações de protesto, de eleições, e em outros eventos.
De acordo com dados da Central Única dos Trabalhadores – CUT -, hoje são editados mensalmente cerca de 30 milhões de jornais cutistas no Brasil. A comunicação sindical assumiu tamanha importância que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE - incluiu o item imprensa sindical em seus levantamentos. Isso não significa, contudo, que essa comunicação não apresente problemas.

* Midian Bispo é jornalista e estudante da especialização em Gestão da Comunicação Organizacional Integrada-UFBA

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ampliação do debate é papel dos sindicatos

Crise mundial, equidade (raça e gênero), juventude sindical, precarização do trabalho, terceirização, política nacional e estadual de saneamento, fator previdenciário, aposentadoria especial, perfil profissiográfico previdenciário, estas foram algumas das questões debatidas durante o Colegiado Anual do Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto da Bahia (Sindae), realizado entre os dias 12 e 14/02, em Salvador. Aproximadamente 100 pessoas participaram do evento, que envolveu diretores sindicais e convidados. O evento teve palestras de representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT – nacional e estadual), da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese). Também contou com a participação de políticos, da Dra. Mônica Angelim (médica do trabalho e profa. da UFBA) e do prof. Luiz Salvador (Presidente da Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas).
O Sindae, desde a sua formação, constitui-se como uma entidade que busca ampliar as discussões que envolvem a sociedade, realizando debates sobre as diversas formas de discriminação e de temas que envolvem os trabalhadores e as áreas de saneamento e meio ambiente. O conceito de novo sindicalismo orienta que os sindicatos não restrigam as discussões às questões corporativas, mas que ampliem o debate, possibilitando uma formação mais abrangente da categoria e da sociedade.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Nepotismo é ilegal e imoral

A partir da Súmula Vinculante 13, do Superior Tribunal Federal, a contratação de cônjugue, companheiro ou parente em terceiro grau, para cargo de direção, chefia ou assessoramento, para função gratificada na administração pública direta ou indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, viola o art. 37 da Constituição Federal.
É necessário que o Estado e a sociedade fiscalizem a prática do nepotismo para que as oportunidades não sejam disponibilizadas tendo como principal critério qualitativo o grau de parentesco. Neste sentido, a prática do nepotismo tanto é imoral quanto ilegal e tem que ser combatida. Os sindicatos têm um papel fundamental na fiscalização e acolhimento das denúncias.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Assédio moral deve ser combatido nas empresas

A exposição de trabalhadores e trabalhadoras a situações humilhantes, vexatórias e constrangedoras, repetitivas e prolongadas, durante a jornada de trabalho e no exercício das suas funções. Este é o conceito de assédio moral. Uma conduta subjetivamente negativa, que acarreta prejuízos a higiene física ou mental do trabalhador, comprometendo sua carreira profissional e vida pessoal.
Esse tipo de atitude é mais comum nas relações entre os chefes e seus subordinados, mas pode ocorrer também entre pessoas que trabalham em funções equivalentes. Ainda não há uma legislação especifica sobre o assunto, mas um Projeto de Lei já tramita no Congresso, prevendo punições para aqueles que praticarem esse tipo de ação. Porém, mesmo não havendo legislação, há jurisprudência acerca da questão, ou seja, já há contínuos pareceres de juízes com decisões favoráveis aos trabalhadores.
Há situações em que a sobrecarga de trabalho também se caracteriza como assédio moral. Por isso, é necessário que o trabalhador esteja atento a essas questões e informe ao sindi cato ou a Delegacia Regional do Trabalho se estiver sofrendo qualquer tipo de assédio. O tema compôs o ciclo de debates do Fórum Social Mundial, onde palestrantes da América Latina expuseram suas preocupações com relação ao assunto, apresentando casos que vão desde o aparecimento de lesão por esforço repetitivo a problemas psiquiátricos causados por conta da utilização de câmeras, relógios e microfones no controle das atividades dos funcionários.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O palco e os bastidores do jornalismo sindical

A imagem do sindicato, a partir do significado de representação proposto por Erving Goffman, pode ser construída a partir da relação entre palco e bastidor, entre aquilo que o sindicato pretenda que seja visível e aquilo que ele pretenda que não apareça tão claramente ou, simplesmente, não apareça. O que Goffman chama de representação é justamente o papel que cada sujeito desempenha diante de um grupo particular de observadores e que tem sobre estes alguma influência. Neste sentido, por alusão, podemos compreender que os dirigentes sindicais são os atores, desempenhando o papel de um diretor sindical, que irão atuar no palco, que é tudo aquilo que é pertencente ao sindicato e que será visível para os trabalhadores, considerando aqui apenas a relação entre o sindicato e os seus representados.
Já os acontecimentos de bastidor estão relacionados às práticas internas da organização e são definidores das ações sindicais. Algumas decisões que são tomadas pela diretoria do sindicato muitas vezes são antecedidas por discussões na tentativa de garantir o consenso da diretoria em torno de uma posição.

Cenário de tensão social
Numa assembléia, por exemplo, onde o posicionamento da diretoria do sindicato é externalizado para a categoria, os diretores devem ter unidade no discurso. Mesmo aqueles que têm internamente uma posição contrária devem ser atores e interpretar o papel de diretor. Caso contrário, os trabalhadores não saberão que caminho seguir e perceberão a possibilidade de uma divisão política na direção do sindicato. Sendo que a percepção dessa divisão pode resultar, inclusive, na divisão política dos trabalhadores.
A composição desse preâmbulo é importante para caracterizar o locus de atuação dos jornais sindicais. Apesar dos jornais sindicais serem um meio de comunicação que atua no palco, possibilitando a externalização oficial da posição do sindicato, as suas condições de produção são construídas no bastidor. Porém, esse processo é complexo e constituído a partir das relações de interdependência que se estabelecem entre os diferentes sujeitos que atuam diretamente no processo (jornalistas e diretores sindicais).
Uma das principais questões é que a percepção dos critérios de noticiabilidade possui vertentes distintas para esses dois sujeitos e no jornalismo sindical isso deve ser equilibrado. Enquanto os jornalistas percebem que o trabalho de coleta e tratamento da informação está baseado em determinadas noções e métodos que são inerentes à atividade jornalística, como a preocupação com a atualidade, importância social do fato, objetividade, seriedade e honestidade nos procedimentos, os diretores sindicais estão preocupados com a lógica instrumental da informação, com a sua funcionalidade, com o seu objetivo de convencimento e mobilização dos representados. Nessa perspectiva, configura-se um cenário de tensão social e o que é notícia para os jornalistas pode não ser para os diretores sindicais e vice-versa.
Ouvir fontes diferentes
Os jornalistas sindicais utilizam, basicamente, fontes internas. Os diretores sindicais são as principais fontes e isso faz com que os jornalistas não tenham muito esforço para obter boa parte das informações de que precisam. Por outro lado, retomando a discussão do que é notícia sob o ponto de vista desses dois atores, muitas vezes, os diretores sindicais percebem o jornal sindical como uma forma de reprodução fiel do discurso da diretoria do sindicato, sem considerar os critérios de noticiabilidade que mesmo nessa categoria de publicação devem se configurar como um fator relevante. Pois os seus leitores, principalmente os que compõem a categoria representada, serão atraídos pela relação entre a importância da informação, a expectativa que foi criada em torno dela e a familiaridade. Portanto, como há uma proximidade considerável entre os jornalistas sindicais e suas fontes, eles devem ficar atentos para que essa aproximação não se torne um mimetismo, ou uma cumplicidade exagerada que resulte numa dependência capaz de reproduzir reações e opiniões dos dirigentes, fazendo-as passar por informação.
A relação entre os jornalistas sindicais e suas fontes principais, os diretores, é complexa e traduz a tensão existente nesse processo. Considerando as características peculiares da comunicação institucional, na imprensa sindical a informação será abordada a partir do ponto de vista da organização e de seus representados. Porém, a realidade social existe independentemente de nossa vontade.
Os mecanismos utilizados por cada sujeito para realizar a sua apreensão na tentativa de um consenso quanto à sua objetividade é que se configuram numa problemática que é cada vez mais abrangente e realizam-se em torno de duas dimensões fundamentais para o reconhecimento da existência de um mundo: o tempo e o espaço. Neste sentido, não é possível compreender a realidade apenas a partir de um ponto de vista, o dos diretores sindicais, por mais que haja uma relação hierárquica e política presente entre jornalistas e dirigentes. Mesmo que fuja à regra, é preciso que os jornalistas sindicais preservem a possibilidade de ouvir fontes diferentes, até mesmo a empresa, para que a informação, pelo menos na sua forma, não se configure numa unilateralidade.
Justificativas políticas e ideológicas
Um outro ponto a ser observado acerca dessa questão é que a utilização sistemática das fontes internas para obter as informações de que precisam pode fazer com que os jornalistas tenham como conseqüência uma rotinização das ações. Dessa forma, o modo cotidiano de operação da imprensa sindical pode fazer com que sejam raros os trabalhos de investigação jornalística, de matérias realizadas com dados coletados no próprio palco dos acontecimentos.
Essa rotinização das práticas jornalísticas abre o debate sobre duas possibilidades de enquadramento que são contraditórias no seu pragmatismo. Se, por um lado, ela se constitui num método eficaz de controle do trabalho de observação, coleta e tratamento da informação, por outro, ela pode limitar o trabalho dos jornalistas ao excesso corporativista ou ao comodismo, inibindo a inovação e a criação.
Os elementos que compõem a estratégia sindical estão diretamente relacionados ao fator político. Dessa forma, as publicações sindicais também têm seu conteúdo alinhado à posição política do sindicato e estão sob a permanente vigilância dos seus diretores, que são os reais editores. Os dirigentes sindicais são os árbitros, ou seja, aqueles que decidem, em última instância, o que deve ou não ser publicado no jornal sindical. A definição da pauta, o conteúdo das informações, o foco da matéria, a indicação das fontes, enfim, em todas essas etapas a diretoria do sindicato quer emprestar sua influência e demonstrar que tem o controle sobre a produção da informação sindical. Porém, isso não quer dizer que os jornalistas sindicais não possuem mecanismos para driblar a pressão à qual estão submetidos. Mas, na conjuntura em que se encontram, essa possibilidade requer habilidade e experiência profissional. Pois não existem sistemas sociais totalmente controlados e regulados.
Ao mesmo tempo em que o jornalista sindical depara com a amplitude dos questionamentos profissionais, tanto aqueles que dizem respeito às questões técnicas quanto os que estão relacionados à ética jornalística, também está envolto na complexidade das relações de poder que banham os interesses políticos da organização sindical. Pois a publicação jornalística, neste caso, atua no palco, mas grande parte da construção dessa publicação se dá no bastidor. Por isso é importante a percepção de que a produção sindical está a serviço das justificativas de ordem política e ideológica. Nessa perspectiva, estão em jogo as referências do próprio jornalismo.
Critérios técnicos
O jornalista sindical, normalmente, escreve para um público específico, devido ao caráter representativo do sindicalismo. Porém, é necessário perceber que mesmo os trabalhadores fazendo parte de um segmento comum de atuação profissional, há diferenças entre eles que devem ser pensadas como uma forma de diversificação do conteúdo. Um sindicato pode representar empresas com estruturas físicas diferentes, tabela salarial diferente, cargos distintos etc. Nestas condições, o reconhecimento dessas diferentes realidades é um ponto importante para a estruturação da publicação e atuação do jornalista sindical.
A emissão também é construída a partir da recepção, considerando todas as possibilidades de interferência que a recepção pode proporcionar na construção de significações. Portanto, pode-se afirmar que a construção de significados é constitutiva dos sujeitos e pertence ao campo simbólico. Porém, vale ressaltar que a questão que foi posta aqui não diz explicitamente que tipo de significado será construído no imaginário dos trabalhadores, mas a partir de uma contextualização cultural o implícito e o explícito tomam forma e podem influenciar nessa construção.
Dessa forma, a prática do jornalismo sindical se estabelece no limite das possíveis tensões existentes entre os patrões e os empregados. Considerando sempre que a parcialidade que lhe é própria é construída a partir da conjuntura de representatividade que compõe a essência do sindicalismo. O jornalista sindical deve estabelecer critérios técnicos de atuação de acordo com sua posição ideológica e também a partir da sua vivência acadêmica e profissional, mesmo trabalhando numa estrutura política e representativa de uma categoria. Esses critérios devem ser utilizados, inclusive, como referência na contra-argumentação do jornalista para defender sua posição em relação a uma possível discordância com o diretor sindical responsável pela área de imprensa. Deve se considerar o desejo dos diretores do sindicato em fazer com que as informações sejam divulgadas do modo que lhes convém, sem uma discussão mais profunda com o jornalista e às vezes sem sequer estabelecer um debate acerca da questão.
Artigo publicado no site do Observatório da Imprensa no dia 27/01/2009: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=522IMQ003

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Equidade de gênero foi discutida no Fórum Social Mundial


A equidade de gênero e igualdade de oportunidades e de salário foi tema de uma oficina no terceiro dia do Fórum Social Mundial. A discussão foi promovida pela Internacional de Serviços Públicos (ISP) em parceria com centrais sindicais do país. A oficina foi desenvolvida pela ISP como parte de um projeto mundial de mobilização pela Campanha de Equidade de Remuneração. Atualmente, pesquisas da ISP comprovam que o trabalho da mulher em profissões em que predomina o sexo feminino está sub-remunerado, devido a sua desvalorização histórica. Profissões como assistente social, bibliotecária, enfermeira e educadora, por exemplo, possuem uma remuneração defasada com relação a aquelas onde há um equilíbrio ou uma predominância masculina. Porém, uma pesquisa desenvolvida pela ISP Brasil, por meio do Comitê Nacional de Mulheres, em 2003, identificou que até na mesma função há uma desvalorização do trabalho feminino. O estudo apontou que 62% da força de trabalho no serviço público brasileiro são compostos por mulheres, que recebem 16% menos em comparação aos homens na mesma função.
A empresa de saneamento baiana é a única na área que possui um Comitê de Equidade atuando. O Comitê é formado paritariamente por integrantes da empresa e do sindicato de representação da categoria, sendo que sua criação foi garantida através de acordo coletivo de trabalho. O Comitê tem o objetivo de fortalecer o valor atribuído ao trabalho da mulher mediante a valorização dos empregos femininos, combatendo critérios discriminatórios de classificação salarial através de metodologias de análise dos postos de trabalho ocupados por homens e mulheres dentro da empresa. Além disso, o comitê também tem o propósito de possibilitar o acesso das mulheres a empregos e postos de melhor remuneração através da identificação e remoção das barreiras que as impedem de alcançá-los.
Essas barreiras podem ser ultrapassadas, por exemplo, através do oferecimento de cursos de capacitação e formação profissional durante o horário de trabalho, ampliação do atendimento das creches disponíveis aos filhos/as das trabalhadoras, criação de leis que explicitem a valorização do trabalho das mulheres e criação de cotas para mulheres nos cargos de chefia das empresas ou administração pública.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A juventude na organização sindical e no ambiente de trabalho


A participação da juventude no movimento sindical foi um dos temas debatidos pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) no FSM. Na ocasião, além da inserção dos jovens no movimento sindical, membros da juventude cutista também debateram questões relacionadas a saúde do trabalhador jovem.
A cultura do individualismo e da competição no local de trabalho, capitaneada pelo neoliberalismo, cria mecanismos para fazer com que os trabalhadores jovens estejam cada vez mais atrelados aos interesses das empresas e muitas vezes não se preocupem com o sua própria qualidade de vida no trabalho. É o processo de alienação do trabalhador. Isso acontece principalmente quando é o primeiro emprego. Portanto, para ultrapassar essa barreira é preciso que o jovem esteja consciente do seu papel enquanto trabalhador e sujeito social, sendo necessário o sindicato assumir a sua responsabilidade no processo, refletindo sobre um modelo de sindicalismo que pense a juventude como uma forma de continuidade da luta sindical.
A atração dos jovens para o sindicalismo pode acontecer através de alguns caminhos possíveis: histórico de participação em outros movimentos sociais, formação de chapas para concorrer as eleições, organizações por local de trabalho, programas de formação, insatisfação com as condições de trabalho. Porém, essa aproximação deve ser construída através de um programa de formação adequado e de um diálogo constante com outros movimentos sociais, onde há a participação dos jovens, para que seja possível identificar a agenda de discussão da juventude e trocar experiências.
No bojo do debate sobre juventude trabalhadora, também é imprescindível falar sobre a questão da saúde do trabalhador jovem. O desenvolvimento tecnológico aliado ao modo de produção capitalista, onde há a exigência de mais produtividade num menor espaço de tempo, faz com que os trabalhadores jovens , e também os demais, estejam submetidos cada vez mais a um ritmo de trabalho intenso e prejudicial a saúde. Essa situação tanto causa doenças laborais físicas quanto psicológicas. Por isso, é necessário que os sindicatos estejam atentos as diversas formas de exploração que causam tantos prejuízos a saúde do trabalhador jovem.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Multiculturalismo e reivindicações são as marcas da abertura do FSM


A caminhada de abertura do Fórum Social Mundial (FSM), que aconteceu hoje a partir das 15:00h, em Bélem (PA), reuniu quase 100.000 pessoas e se caracterizou tanto como um momento de diversão e multiculturalismo como também num espaço destinado a protestos e reivindicações. Houve manifestões contra as mais variadas formas de discriminação, degradação do meio ambiente, precarização da saude e educação, desrespeito aos direitos dos trabalhadores, corrupção na política, falta de políticas públicas de habitação popular e reforma agrária adequadas, o neoliberalismo, o imperialismo, o desrespeito aos direitos humanos. Representantes de entidades de diversos países também estiveram demonstrando suas insatifações com relação a problemas globais e regionais. Os sindicatos, centrais sindicais e federações do mundo trouxeram comissões para apresentarem e defenderem suas bandeiras de luta na atual conjuntura política e econômica dos seus países. A Federação Nacional dos Urbanitários (FNU) apresentou a campanha: "Aproveitamento hidrelétrico de Belo Monte: energia renovável com responsabilidade social", debatendo o tema sobre a utilização da energia limpa e renovável justiça social e responsabilidade ambiental. Além desse eixo, a FNU também traz para o Fórum a discussão sobre o marco regulatório da área de saneamento, através do debate sobre a importância do controle social sobre os serviços públicos.

domingo, 25 de janeiro de 2009

É preciso mobilização contra o fator previdenciário


O Projeto de Lei 3299/08, que acaba com o fator previdenciário, já passou pela votação no Senado e aguarda aprovação na Câmara dos Deputados. O PL é motivo de uma discussão polêmica na sociedade, principalmente porque está relacionado a um dos temas públicos que mais interessa à população e ao governo: Previdência Social. O fator previdenciário é um índice utilizado para calcular a aposentadoria e leva em conta a idade do trabalhador, o tempo de contribuição e a expectativa de sobrevida no momento da concessão do benefício.
O fator previdenciário foi criado pela Lei 9876/99 com o objetivo de incentivar o trabalhador a contribuir por mais tempo com a Previdência Social, desestimulando a aposentadoria precoce. Dessa forma, mesmo o homem atingindo os 35 anos de contribuição, por exemplo, se ele tiver menos de 63 anos de idade o cálculo do salário de benefício fica inferior ao da ativa, considerando o teto máximo da Previdência. Através desse mecanismo, quanto menor a idade e o tempo de contribuição do segurado, maior a redução no valor da aposentadoria.
O fator previdenciário é um exemplo claro de injustiça social e o debate não deve ser focado no impacto econômico que a sua extinção vai provocar, mas no benefício social que será proporcionado. Pois o fator atinge principalmente aos trabalhadores que possuem os menores salários, que é a maioria da população brasileira. Neste sentido, as centrais sindicais devem pressionar o governo, senadores e deputados para que o fator previdenciário seja extinto e os trabalhadores possam se aposentar com um salário mais condizente com os valores que foram contribuídos. Atualmente, os aposentados estão permanecendo ou retornando ao mercado de trabalho para complementar sua renda, tendo que contribuir novamente para a Previdência sem poder gozar de uma outra aposentadoria. Além disso, segundo o IBGE, a expectativa de vida do brasileiro está aumentando, o que faz com que o fator reduza ainda mais o valor do salário de benefício. O fator previdenciário é opcional para a aposentadoria por idade, mas obrigatório para a aposentadoria por tempo de contribuição. O fator não é aplicado nas aposentadorias especiais; aposentadoria por invalidez; pensão; auxílio-acidente; salário-maternidade e auxílio-reclusão. Para ter direito a aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a mulher, 30 anos.
O requisito da idade, 53 anos para o homem e 48 para a mulher, só serve de referência para a aposentadoria proporcional.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Momento sindical

A conjuntura de crise mundial põe em pauta diversos aspectos que envolvem a relação entre os empregados e os empregadores. Esse momento é importane para o sindicalismo na medida em que traz à tona a verdadeira intenção dos patrões que é a de explorar a mão-de-obra trabalhadora, mantendo uma margem de lucro desejável. Por isso, as empresas adotam o argumento de que não é possível suportar a crise sem demissões. Na verdade, essa fábula é utilizada para justificar a intenção dos donos dos meios de produção de reduzir as conquistas dos trabalhadores e exercer um certo tipo de pressão sobre as centrais sindicais para que negociem com as empresas tendo o fantasma das demissões como uma sombra. Além disso, é necessário ressaltar o papel da mídia no processo de construção do imaginário popular a partir do agendamento dos debates e da posição ideológica constitutiva do discurso que é divulgado. Dessa forma, a crise, por exemplo, pode ter sido apresentada em proporções bem maiores para o público através da intermediação dos meios de comunicação.
Os sindicatos precisam ficar atentos a essas questões e não aceitarem qualquer tipo de retrocesso com relação as conquistas dos trabalhadores. A redução salarial, por exemplo, é um dos pontos que deve ser contestado. Os trabalhadores têm que perceber que neste momento a mobilização é o caminho mais adequado para que haja a manunteção dos empregos e os avanços nas condições de trabalho. Pois, somente com a luta a classe trabalhadora vai superar os desafios e impôr sua condição de protagonista no processo de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.