segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A força de um empurrãozinho

Hoje, fugirei um pouco do debate sobre o ambiente sindical e falarei sobre o atendimento médico de emergência, especialidade de obstetrícia, em hospitais particulares, em Salvador. Pedro Manuel ou Maria Vitória chegou ao setor de emergência do Hospital Jorge Valente às 13:30h do dia 30/02, mas só foi atendido(a) às 16:30h. No intervalo desse período tentou atendimento no hospital Santo Amaro, mas estava lotado e sem previsão para atendimento. Também tentou o Hospital Espanhol, por telefone, mas a atendente informou que a previsão para atendimento era de 4 horas. Quando foi atendido(a), foi encaminhado(a) pela médica para o cansativo setor de medicamentos. Do setor de medicamentos até a internação foram 7:30h de espera, aborrecimentos, discussões com técnicas, enfermeiras e atendentes. Apesar do plano de saúde contemplar a internação em apartamento, foi internado(a) numa maca, ali mesmo, no próprio setor de emergência, onde passou a noite.
No dia seguinte, havia apenas a informação de que Pedro Manuel ou Maria Vitória faria o procedimento cirúrgico. A médica também não apareceu para confirmar a informação. Aliás, havia apenas uma médica obstetra para o atendimento de emergência, que estava uma loucura, como sempre, fazer os partos e os demais procedimentos cirúrgicos. Às 11:30h uma enfermeira informou que o procedimento cirúrgico aconteceria às 13:00h. Pura ilusão. Às 13:30 havia a informação de que não tinha previsão para a realização da cirurgia. Pedro Manuel ou Maria Vitória continuava numa maca na emergência, mesmo tendo direito a um apartamento. O hospital informou que todos os apartamentos estavam ocupados. Às 16:00h, após 26:30h de Pedro Manuel ou Maria Vitória ingressar no Jorge Valente, o pai dele(a) foi até uma enfermeira e solicitou alguma informação sobre o horário do procedimento cirúrgico, já que ele ou ela estava em jejum desde às 00:30 do dia 31/02. Nem água podia ingerir. A enfermeira entrou em contato com a médica e foi solicitada a imediata preparação do centro cirúrgico para a realização do procedimento. Pedro Manuel ou Maria Vitória morreu e não pode desfrutar do tranquilo apartamento que foi conseguido para o pós-cirúrgico, através do contato direto com o diretor do Jorge Valente. Havia vaga, bastava apenas um empurrãozinho.

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