quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Movimento sindical foi fundamental na luta contra a ALCA

A luta do movimento sindical latino-americano contra a Acordo de Livre Comércio das Américas (ALCA) é uma extensão da luta contra a inserção do neoliberalismo nessa parte do continente. A partir do Consenso de Washington e da existência de governos neoliberais em países importantes do continente latino-americano, como o Brasil e a Argentina, os Estados Unidos, que já havia posto em prática desde 1992 o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), reunindo o EUA, Canadá e México, começou a ampliar as negociações para a criação da ALCA e assim expandir com mais força o seu imperialismo no continente.

Apesar do neoliberalismo ter chegado de forma tardia no Brasil, a década de 1990 foi o período em que ele teve mais força no país. A política econômica do governo Fernando Henrique, que privilegiou com intensidade a redução da importância do Estado e seguiu fielmente a cartilha do Consenso de Washington, esteve o tempo todo voltada para construir as condições necessárias para a criação da ALCA. Esse era um dos principais objetivos do governo neoliberal de FHC.

O movimento sindical latino-americano, especialmente a Central Única dos Trabalhadores (CUT) porque vivenciou a experiência brasileira de perto, conseguiu perceber que a ALCA seria a consolidação do neoliberalismo norte-americano em toda a América e se isso acontecesse haveria o fortalecimento do capitalismo estadunidense e ao mesmo tempo uma expansão da política de desregulamentação e flexibilização dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Esse processo privilegiava a precarização do trabalho e o enfraquecimento dos sindicatos.

Como a CUT é filiada a Confederação Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas, ela conseguiu, juntamente com os demais sindicatos filiados, a ampliação do debate sobre a ALCA e o envolvimento de diversos movimentos sociais e partidos políticos de esquerda na luta contra a implantação do Acordo. A CUT fez esse debate no Fórum Social Mundial, ajudou a construir o encontro Hemisférico de Luta contra a ALCA, a Campanha Brasileira de Luta contra a ALCA, a Campanha Continental contra a ALCA e o Plebiscito contra a ALCA no Brasil que reuniu 10 milhões de votos em sete dias. Em 2005, na IV Cúpula das Américas, em Mar Del Plata, ficou estabelecido que as negociações sobre a continuidade da ALCA seriam adiadas por tempo indeterminado, consolidando uma vitória, mesmo que momentânea, da esquerda latino-americana.

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