quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Guerra Fria e a sua influência no sindicalismo mundial

A análise da Guerra Fria e a sua influência nas concepções do sindicalismo mundial deve ser realizada a partir de um prisma que envolva a dimensão de um conflito multifacetado que, segundo Paulo Vizentini, teve origem a partir do estabelecimento do primeiro regime socialista, em 1917, e que consolidou os EUA como um país hegemônico mundialmente, através do fortalecimento do projeto capitalista. A Guerra Fria foi um espaço de disputa entre um agrupamento de países capitalistas liderados pelos EUA e um outro agrupamento socialista liderado pela URSS.

Houve estratégias de ambas as partes para garantir a hegemonia no processo de disputa de poder entre as superpotências que vão desde a corrida armamentista até o desencadeamento de fortes pressões econômicas e diplomáticas. O conflito foi resposável pela reorganização do espaço político-econômico internacional, prevalecendo a disputa por territórios. É importante destacar durante esse período, a existência de movimentos revolucionários desencandeados na década de 1970, com o apoio do campo socialista, demonstrando uma forte oposição ao imperialismo norte-americano. Os principais deles aconteceram em Angola, Etiópia, Vietnã, Nicarágua, Irã e Afeganistão.


Outro ponto importante, durante a Guerra Fria, foi que o capitalismo se reestruturou sob a hegemonia americana e conseguiu combater as forças políticas nacionais anticapitalistas. As estratégias de expansão do capitalismo, principalmente com relação a disputa com o socialismo, trouxe novas necessidades de atuação para o movimento sindical. O século XX representou uma era de transição longa e violenta marcado pelo conflito de formações sociais e políticas opostas. Esse contexto de disputa também fez com que o movimento sindical mundial, diante dos antagonismos regionais, pudesse ser pensado tanto a partir do enfrentamento ao modelo capitalista quanto ao comportamento em relação ao modelo comunista. Esse debate também foi importante no processo de construção da própria Central Única dos Trabalhadores que contrapõe o modelo do sindicalismo comunista quando defende a liberdade e autonomia sindical e é contra o imposto sindical e o sindicato como correia de transmissão de partido político. Além disso, combate o cupulismo e defende a ampliação do processo de construção da luta dos trabalhadores e trabalhadoras a partir de um movimento de massa, democrático e plural.




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