sexta-feira, 1 de julho de 2011

O keynesianismo nos períodos de recessão

Ao analisar o texto A teoria econômica de John Maynard Keynes: teoria de uma economia monetária, escrito por Dudley Dillard, pode-se perceber algumas questões importantes acerca da participação do Estado com relação as medidas econômicas que devem ser adotadas em períodos de recessão. Mas também é importante destacar questões que fazem parte do posicionamento liberal, onde a economia deve ser orientada apenas pelo mercado e sem a intervenção do Estado.
Para os liberais, o Estado não deve interferir na vida econômica do país porque a renda nacional se elevará ao máximo quando o lucros dos negócios se elevarem ao máximo e a consequência disso seria o pleno emprego e o bem-estar social. Porém, para Dillard, os lucros do negócio são apenas uma parte pequena do rendimento nacional e não é um gabarito adequado para o bem-estar social. Além disso, a disparidade entre o total do rendimento e o total do consumo é tão grande nas economias adiantadas que o investimento privado é insuficiente para cobrí-la. Nesse sentido, o governo nacional, como representante de toda a nação, tem o dever de proceder de maneira a aumentar a renda nacional, principalmente através do investimento público para que posssa gerar mais emprego. Em tempos de recessão, por exemplo, o gasto em obras públicas têm como objetivo principal um aumento do pleno emprego no conjunto da economia, incluindo os setores privado e público.
Gostaria de destacar dois pontos abordados por Dillard no debate sobre os investimentos públicos em tempos de recessão: o efeito multiplicador e método de financiamento. A teoria do efeito multiplicador defende que o gasto estatal deva acontecer numa escala suficientemente elevada e frequente para estimular a atividade econômica total e conduzir rapidamente o sistema a um ponto de plena utilização da produção, renda e um nível correspondente ao pleno emprego. Dessa forma, o aumento total do rendimento excederia a quantia do gasto originário e estaria comprovado o efeito multiplicador.
Para Keynes, o método de financiamento do investimento público através de empréstimos aos bancos tem mais reultados do que o financiamento através das variações das taxas de impostos porque ao invés de alterar a propensão a consumir, os empréstimos incrementam o investimento que abrangem o capital privado e o gasto estatal e provocam uma elevação econômica total.
A questão em destaque no texto de Dillard é que nos períodos de recessão o Estado deve ter uma interferência direta na economia nacional, através da aplicação da teoria keinesiana, ressaltando que esse modelo é uma alternativa importante no combate ao desemprego, mas que não pretende impulsionar o socialismo. O keynesianismo é mais um modelo de administração do capitalismo.

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