segunda-feira, 18 de julho de 2011

Relação entre desenvolvimento e os trabalhadores no início do século XX

A Primeira Associação Internacional dos Trabalhadores (1864-1877), quando houve o debate entre os anarquistas e socialistas, consolidou-se como um momento internacional importante para a discussão sobre as diversas transformações que a classe trabalhadora estava vivenciando no final do século XIX. Foi um período em que começou a ser estabelecida com mais precisão a divisão internacional do trabalho e que cada economia de cada nação se posicionou diante do mercado global.
Um dos elementos importantes e ao mesmo tempo definidores dessa divisão internacional do trabalho foi a implementação dos avanços tecnológicos nos processos industriais que caracterizaram a hegemonia de alguns países. Esse período de transformações no processo de industrialização revela uma das principais etapas de reestruturação tecnológica do capital. A divisão internacional foi definida entre os países que agregavam tecnologia aos seus produtos e aqueles países que exportavam matérias-primas como principais produtos. Foi um período em que também começou a se consolidar como capitalismo monopolista, onde se estruturaram as grandes empresas.
Diante de toda essa conjuntura do final do século XIX, o movimento sindical também se reestruturou e começou a surgir o “novo” sindicalismo, que implementou um conjunto de estratégicas políticas e formas de organização para os sindicatos, em oposição àquelas já existentes no “antigo” sindicalismo. Esse novo contexto também foi preponderante para o surgimento do movimento operário socialista com um posicionamento político e social mais radical e de novos sindicatos de trabalhadores até então não-organizados ou não-organizáveis.
O “novo sindicalismo” acompanhou o processo de desenvolvimento industrial do final do século XIX até as primeiras décadas do século XX. No continente europeu, o movimento sindical desenvolveu-se simultaneamente com o movimento político operário de massas e seus partidos. Essa nova fase do capitalismo implicou numa mudança não só na estrutura sindical como também na distribuição do movimento. A estrutura passou a ser pensada a partir dos sindicatos de ofício e dos sindicatos por ramo de atividade industrial. Do ponto de vista da distribuição, o movimento sindical acompanhou o crescimento de alguns setores da indústria. Houve um crescimento no número associados nos sindicatos dos trabalhadores em transporte, de operários de fábrica, dos mineiros e do sindicato dos metalúrgicos. O ano de 1889 marca uma transformação qualitativa do movimento operário na Europa, e até 1914 inaugura um período de realização de greves frequentes e de negociação coletiva.
A partir de 1914, o fordismo implanta o novo modelo de organização do trabalho. Nesse modelo, a principal concepção era de que quanto maior a produção em massa maior seria o consumo em massa. Houve uma mudança na organização da produção, através do sistema de linha de montagem e do trabalho especializado. Nesse sentido, o modelo fordista dá um tremendo golpe no movimento sindical, aumentando os salários e reduzindo a jornada de trabalho para que os trabalhadores pudessem consumir aquilo estava sendo produzido em larga escala.
O movimento sindical, que já estava estruturado em alguns países através dos sindicatos de ofício, de ramos e de federações nacionais, passou a fazer um debate amplo através da Internacional Trabalhista e Socialista que foi criada a partir da Segunda Internacional (1889-1914) e trouxe uma contribuição para o sindicalismo através das discussões sobre qual modelo seria defendido pela classe trabalhadora, reforma ou revolução. Tendo como pano de fundo o debate que foi construído a partir da Revolução Russa e pela Social Democracia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário