sábado, 13 de agosto de 2011

Alguns pensamentos da CEPAL

A Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (CEPAL) sempre se posicionou a partir de uma mensagem central, a da necessidade de realizar políticas de industrialização como forma de superar o subdesenvolvimento e a pobreza. A instituição foi fundada em 1948 e no mesmo ano começou a funcionar a partir do desenvolvimento de teorias próprias para a América Latina, com inovações conceituais acerca de aspectos relevantes sobre uma parte da América que ainda estava engatinhando com relação ao processo de industrialização. Uma das principais análises realizadas está pautada justamente no crescimento, progresso técnico e no comércio internacional entre as economias dos países industrializados e a dos países especializados em bens primários.
Essa é a distinção que a CEPAL faz com relação aos países "periféricos" e os "cêntricos". Esse debate foi um dos primeiros realizados pela CEPAL, logo nos textos inaugurais., no final da década de 1940 e início da década de 1950. Neste sentido, três pontos foram importantes para a discussão: a estrutura subdesenvolvida de produção e emprego dos países "periféricos" impedia essas nações de reter os frutos de seu próprio progresso técnico, que era algo que não acontecia com os países "centrais"; o excesso de mão-de-obra na agricultura subdesenvolvida dos países "periféricos" proporcionava a expansão da oferta dos produtos exportados, que reduzia os preços internacionais; mesmo acontecendo o processo de industrialização dos países da periferia, ainda existiria a vulnerabilidade externa por conta do longo período em que a economia desses peíses se manteve sustentada a partir da condição de exportador de produtos primários.
Outra discussão inicial importante da CEPAL foi com relação as condições estruturais internas dos países "periféricos" para o desenvolvimento do processo de industrialização. Pois esses países possuiam uma base econômica agrícola e especializada em poucas atividades de exportação. Além disso não havia um desenvolvimento tecnológico adequado, infraestrutura, existia a insuficiência de poupanças e divisas, o desequilíbrio estrutural do balanço de pagamentos, inflação e desemprego. Eram desafios que precisavam ser superados para que pudesse haver um progresso técnico suficiente para impulsionar o desenvolvimento econômico e social da periferia.
Nos diversos momentos de avaliação conjuntural da CEPAL, o Estado é tido como um ator que tem um papel fundamental no processo de desenvolvimento estrutural da produção, geração de emprego e distribuição de renda nos países. Mas para que isso aconteça é necessário que haja um planejamento econômico e social pautado a partir da análise das condições e perspecivas macroeconômicas e microeconômicas, que tenha o objetivo de apontar para o crescimento.


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