segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Principais pontos do Plano Real

Uma das principais medidas para a implantação do Plano Real, em julho de 1994, foi justamente a construção de um momento anterior com a instalação da Unidade Real de Valores (URV), de março a junho de 1994, com o objetivo de realizar a conversão monetária, inclusive com relação a questão salarial. Mas foram necessárias duas condições para a implementação do Plano Real: a constituição de reservas internacionais e o equilíbrio fiscal.

As primeiras medidas econômicas do Plano Real foi a implantação do Real como moeda nacional, o alinhamento dos preços relativos com o objetivo da abertura do mercado e a praparação para o processo das privatizações. Após alguns anos do Real, o alinhamento dos preços relativos resultou no declínio dos preços dos bens industrializados e o aumento dos preços de serviços, públicos e privados. Além disso, outra medida foi a manutenção das altas taxas de juros nominais internas com o objetivo de constituir reservas internacionais expressivas, num primeiro momento e, num segundo à sustentação de uma taxa de câmbio apreciada num contexto restritivo de financiamento externo. Também houve a indexação da taxa de câmbio à inflação, principalmente por conta da crise do México.

Até 1996, houve um aumento de consumo das famílias por conta da propensão ao endividamento resultante da estabilidade para a realização do cálculo do valor dos compromissos financeiros. A partir de 1997, principalmente com a deteriorização das condições internacionais por conta da crise asiática, as taxas de juros ficaram num patamar elevado, ocasionando o crescimento do risco-país, uma desaceleração do consumo e a redução da renda dos trabalhadores e trabalhadoras.

Outra questão é com relação ao déficit da balança comercial, proporcionada pela crise internacional e manutenção das elevadas taxas de juros e porque a pauta de exportação do Brasil era baseada nas exportações de commodities. Até 2002, o país também teve um crescimento reduzido por conta da elevada carga tributária e corte de gastos públicos. Não foi efetuada uma política que previlegiasse o investimento produtivo para que pudesse gerar emprego, aumentar o consumo e movimentar a economia. Além disso, houve o aumento da dívida pública interna, principalmente por conta do endividamento do país junto às instituições multilaterais, como o FMI e o Banco Mundial, que fez também expandir a dívida externa. Outro ponto importante para o crescimento da dívida externa foi a crescente desvalorização do câmbio. Vale ressaltar ainda que o dinheiro oriundo das privatizações das empresas estatais não ajudaram a resolver o problema do endividamento do país e nem contribuiu para a melhoria da qualidade de vida da população.






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